Estou voltando pra minha terra
Já não aguento tanta solidão
Aqui distante a barra é pesada
Saudade danada do meu sertão
Tenho saudade de fogão de lenha
Onde minha mãe capricha no café
Me lembro bem dos bailes de barraca
E à noite inteira no arrasta-pé
O sanfoneiro em cima da mesa
Baile de barraca é a tradição
De tudo isso eu tenho saudade
Até da poeira subindo do chão
Meu Deus, que saudade
O tempo inteiro
Meu Deus, que saudade
Dos companheiros
Meu Deus, que saudade
Daquela serra
Meu Deus, que saudade
Da minha terra
Ah se eu pudesse voltar no tempo
Pra começar tudo isso de novo
As brincadeiras no terreirão
Dói meu coração de saudade do povo
Lá na paineira o carro de boi
O tempo se foi e não volta mais
Aqui distante choro de desgosto
Lágrimas no rosto saudade dos pais
A velha carroça na cerca encostada
E a velha enxada já enferrujou
Aquele balanço feito de cipó
Na beira do rio, com o tempo quebrou
Só vai aumentando a dor do meu peito
Só eu sei o quanto que já chorei
Tendo que viver longe do meu sertão
Dos meus pais e irmãos que para trás deixei